quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Jovens optam cada vez mais pelo aluguel, e evitam endividamento a longo prazo



Pandemia traz novos hábitos e faz crescer interesse por morar perto do trabalho ou da escola
Por ALEX BESSAS
25/11/20 - 03h01
https://www.otempo.com.br/

Imóveis cada vez mais caros, restrições ao crédito, e receio do endividamento a longo prazo, além de fatores comportamentais, como a valorização da flexibilidade, têm contribuído para a derrocada do sonho da casa própria

Foto: Pixabay


Vivendo há 11 anos em Belo Horizonte, a produtora de conteúdo Franciele Aparecida, 25, reconhece que já flertou com o sonho da casa própria. Em boa parte, por pressão da família. “Comprar um imóvel é sinônimo de sucesso para a maioria dos meus parentes. Na verdade, é como se fosse a maior conquista da vida deles”, comenta. Por conta desse desejo – que classifica não como autêntico, mas como algo sugestionado –, chegou a fazer, no final de 2019, consultas online sobre oportunidades de financiamento imobiliário. Contudo, a expectativa de um endividamento de longo prazo, pelo menos pelos próximos 30 anos, fez com que refletisse sobre suas prioridades. Meses depois, o novo coronavírus obrigava a população a rever hábitos e rotinas. Logo, a sensação de incerteza em relação ao futuro se agravou, e, com isso, a pandemia sepultou – pelo menos por ora – o sonho da casa própria na comunicadora.

“Eu não tenho mais certeza se comprar um imóvel seria um bom negócio”, pondera Franciele, fazendo eco a uma lógica comum à maioria dos jovens brasileiros. Para se ter uma ideia, 82% das pessoas entre 16 e 24 anos preferem morar de aluguel a ter que contrair um financiamento, que vai se estender por décadas, para a aquisição de uma casa. É o que revela um estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), encomendado pelo Projeto Moradia no Mundo Pós-Pandemia, um think tank (laboratório de ideias) que reúne professores e intelectuais do Brasil e de faculdades internacionais para debater tendências na sociedade civil. Ainda que menos acentuado, esse “desapego” é observado também entre outros grupos etários, tanto que, considerando a população no geral, 63% já admitem morar de aluguel com contrato flexível em vez de comprar um imóvel.

Um dos aspectos mais flagrantemente modificados pela pandemia em relação à moradia é referente à mobilidade. Em fevereiro, o Ipespe havia identificado que 55% das pessoas aceitavam morar em imóveis de acordo com a fase de vida, mudando conforme o momento que viviam. “Voltamos a campo para saber se esse comportamento continuava após a pandemia e nos surpreendemos com o aumento de 5 pontos percentuais (60%), além de novos dados”, explica o jornalista Leão Serva, um dos idealizadores do projeto. Para esse grupo, que expressa a intenção de viver em prédios adequados ao momento que estão vivendo, a opção por edifícios voltados para famílias pequenas e casais surge em 41% das citações, seguidos por perfis misturados (40%) e aposentados e idosos (24%).

Outros marcadores que ficaram em evidência na segunda etapa do estudo, mais de 70% dos entrevistados dizem gostar do regime de home office, e o número de pessoas interessadas em morar próximo ao local de trabalho ou estudo disparou de 38% para 57%, um aumento de 50% em relação ao inquérito anterior.

Essas preocupações podem ser percebidas nas palavras de Franciele quando estimulada a explicar por que a aquisição da casa própria deixou de ser interessante neste momento. Por um lado, ela examina que seu trabalho exige flexibilidade, e pode ser que precise se transferir para outra cidade em algum momento. Por outro, como a maternidade está em seus planos, pensa em migrar para um apartamento maior quando tiver filhos. E completa: “Agora estou em sistema de home office, mas, se voltar a trabalhar presencialmente, pode valer a pena me mudar para um local próximo do escritório da empresa”, completa.

Tendência foi acelerada, mas já era uma realidade

“Do mesmo jeito que algumas pessoas perceberam que, para elas, era mais vantajoso ter acesso a um carro conforme a necessidade do que investir na compra de um, elas também estão percebendo que é melhor ter acesso à moradia do que se endividar para ter a casa própria”, observa Alexandre Frankel, CEO da Housi, plataforma de aluguéis de imóveis que pode ser vista como um dos players de tendência desse novo modelo de moradia. Para ele, essa propensão não acontece de maneira isolada e é reflexo de uma forma de consumo mais consciente e otimizada. Ele lembra que, antes dos aplicativos de mobilidade urbana, produtos de entretenimento já haviam deixado de ser necessariamente bens compráveis e passaram a ser acessados por meio de plataformas, por exemplo.

O executivo sublinha que a mudança de comportamento reflete transformações socioculturais mais profundas. “Se antes a regra era que as pessoas se casassem aos 20 anos, vivessem até os 60 e ficassem no mesmo emprego a vida inteira, hoje a lógica é outra”, afiança. “Diante disso, é evidente que o consumo de moradia esteja mudando. Os anseios e as prioridades não são mais os mesmos, e, no lugar de estabilidade, há maior dinamismo”, avalia.

Agora, a pandemia acelerou essa tendência de mudança. “Como a incerteza quanto ao futuro ficou mais evidenciada, é natural que a população prefira uma opção mais flexível em vez tomar uma decisão de longo prazo. Também podemos lembrar que, hoje, muitos querem evitar ter que fazer longos trajetos em transporte público, e, assim, ficou mais em relevo a ideia da cidade a 15 minutos – isto é, em que é possível chegar a pé aos principais pontos a partir do lugar em que se está morando”, analisa.

Novas formas de ver e de estar no mundo

A derrocada do sonho da casa própria é mais um sintoma de uma mudança irreversível de paradigmas, sustenta o filósofo, psicopedagogo, mentor e coach de performance Otávio Grossi. “Não é só algo momentâneo. É uma mudança da forma de ver o outro e o mundo”, garante. Para ele, há dois fatores principais por trás do fenômeno.

Fazendo referência ao conceito do modelo de sociedades líquidas, criado pelo filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que, de maneira resumida, diz respeito a uma época em que as relações sociais, econômicas e de produção são mais fugazes e maleáveis, Grossi lembra que a sociedade se alicerçava em padrões muito concretos. “Havia modelos familiares, institucionais e uma forma de organização pautada por um viés patriarcal e, em boa parte, autoritário. Agora, por mais que esses modelos persistam, estamos olhando a vida de maneira mais fluida e fugindo de paradigmas excludentes, que estão sendo colocados em xeque”, reflete.

O outro vetor dessa mudança comportamental diz respeito a um novo olhar para a felicidade. “Por muito tempo, a gente acreditava que ser feliz era estar satisfeito. E, para isso, era preciso alcançar o sucesso, muitas vezes simbolizado pela compra do carro ou da casa própria. Hoje, temos a teoria do bem-estar, em que outros critérios são levados em consideração”, avalia.

Atentando-se a essas novas formas de moradia, Grossi sublinha perceber pontos positivos inerentes a essa nova formatação, como um mercado mais ágil e competitivo. Ao mesmo tempo, “há uma questão de vínculo que se perde quando deixamos de ter raízes. Afinal, com a mobilidade grande, não se conhece o morador de frente, a vizinhança, o que vai ampliando a sensação de isolamento social e dificultando a construção de uma comunidade local”, conclui.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Morte de negro em supermercado é crime “bárbaro”, diz Gilmar Mendes


Ministros Luiz Fux e Barroso falam sobre Dia da Consciência Negra
Por FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
20/11/20 - 14h37
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Ministro do Supremo Tribunal Federal se manifestou sobre o caso nas redes sociais

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse hoje (20) ser “escandalosa” a notícia do assassinato “bárbaro” de um homem negro em um supermercado de Porto Alegre, em pleno Dia da Consciência Negra, celebrado hoje (20).

“O Dia da Consciência Negra amanheceu com a escandalosa notícia do assassinato bárbaro de um homem negro espancado em um supermercado. O episódio só demonstra que a luta contra o racismo e contra a barbárie está longe de acabar. Racismo é crime!”, escreveu o ministro em sua conta oficial no Twitter.




O ministro se referiu à notícia de que ontem (19), na véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje (20), um homem negro, de 40 anos de idade, foi espancado até a morte no supermercado Carrefour de um bairro da zona norte de Porto Alegre. Um vídeo que mostra a cena causa grande repercussão nas redes sociais.

Nesta sexta-feira (20), sem citar o crime, outros ministros do Supremo também se manifestaram por ocasião do Dia da Consciência Negra, entre os quais o presidente da Corte, Luiz Fux, e Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O Brasil foi a sociedade escravocrata mais longa de todo o mundo e por isso devemos cotidianamente nos lembrarmos disso para termos a inclusão social como resgate histórico”, disse Fux pela manhã, durante o Congresso Nacional do Registro Civil.

Em sua conta oficial no Twitter, o ministro Luís Roberto Barroso lembrou o julgamento em que o TSE determinou distribuição proporcional de recursos de campanha entre candidatos brancos e negros. Ele escreveu que o país tem o “dever de reparar a chaga moral da escravidão”.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Marco Aurélio vota para impedir Bolsonaro de bloquear usuários nas redes sociais


A manifestação foi no julgamento que analisa o mandado de segurança apresentado por advogado após ser bloqueado pelo presidente no Twitter
Por ESTADÃO CONTEÚDO
13/11/20 - 13h39


Para o decano Marco Aurélio Mello, as mensagens publicadas por Bolsonaro 'não se limitam a temas de índole pessoal, íntima ou particular'
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Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF



O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira, 13, para impedir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de bloquear usuários ao conteúdo de suas contas em redes sociais.

A manifestação foi no julgamento que analisa o mandado de segurança apresentado pelo advogado Leonardo Medeiros Magalhães após ele ter sido bloqueado pelo presidente no Twitter. Por ser virtual, os ministros analisam o caso, sem necessidade de reunião física ou por videoconferência, e têm até a próxima sexta-feira, 20, para incluírem seus votos no sistema digital da Corte.

Na ação, a União defende que o presidente tem o direito de bloquear usuários indesejados em suas mídias uma vez que as contas são pessoais e, portanto, não se trata de um ato de natureza administrativa. O entendimento é o mesmo do procurador-geral da República, Augusto Aras, que considerou que o bloqueio não configura exercício da função pública.

No entanto, para o decano Marco Aurélio Mello, as mensagens publicadas por Bolsonaro 'não se limitam a temas de índole pessoal, íntima ou particular'.

"Dizem respeito a assuntos relevantes para toda a coletividade, utilizado o perfil como meio de comunicação de atos oficiais do Chefe do Poder Executivo Federal. A atuação em rede social de acesso público, na qual veiculado conteúdo de interesse geral por meio de perfil identificado com o cargo ocupado - Presidente da República -, revela ato administrativo praticado no exercício do Poder Público", defendeu.

Ainda segundo o ministro, a restrição ao acesso de usuários críticos a ideias do Chefe do Executivo deve ter caráter de máxima excepcionalidade e apenas ocorrer quando sustentada por evidentes indícios de abuso.

"Não cabe, ao Presidente da República, avocar o papel de censor de declarações em mídia social, bloqueando o perfil do impetrante, no que revela precedente perigoso", escreveu Marco Aurélio. "A discordância, por si só, em um Estado Democrático de Direito, jamais pode ser objeto de reprimenda direta e radical do Poder Público, não conduzindo a restrição ao canal de comunicação", completou o ministro.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Saiba quem é Luciana Borio, a brasileira do comitê anti-Covid-19 d


Luciana nasceu no Rio de Janeiro, formou-se na Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington em 1996
Por LUCIANA-BORIO / FOLHAPRESS
09/11/20 - 21h05
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Luciana Borio

Foto: Youtube / reprodução



Uma das primeiras medidas anunciadas pelo democrata Joe Biden, presidente eleito dos EUA, foi a criação de um comitê de 13 notáveis para organizar o combate à Covid-19 no país. E uma dessas pessoas é a brasileira Luciana Borio, bastante conhecida por sua intensa atuação na área de doenças infeciosas.

"Dediquei minha carreira à preparação contra epidemias", disse Borio em uma palestra de 2015. A médica trabalhou nas gestões George W. Bush (2001-2009), Barack Obama (2009-2017) e Donald Trump.

De fato, ela coordenou a resposta americana à recente epidemia na África de ebola, uma doença grave e com alto índice de letalidade, que pode chegar a mais de 50% em determinadas condições. Para comparação, a taxa de letalidade mais recente de Covid-19 está próximo de 2,5%, considerando dados do mundo todo. Entre as atribuições de Borio, estava a elaboração de protocolos para o teste de novos medicamentos.

Outra frente em que a médica trabalhou foi no combate à resistência antimicrobiana, isto é, a capacidade de micróbios de sobreviverem mesmo quando expostos a altas quantidades de medicamentos antibióticos. O surgimento das chamadas superbactérias é uma das mais importantes ameaças de saúde pública do século 21.

O combate ao surgimento e disseminação das superbactérias requer, além do desenvolvimento de novas drogas, o emprego de protocolos adequados de tratamento (com o antibiótico correto na dose correta) para o tratamento de cada infecção.

Por fim, ela contribuiu com a elaboração de uma lei que incentiva a modernização das vacinas contra a gripe. Ela e outros cientistas já haviam chamado a atenção para o grande risco de uma pandemia com as mesmas características da atual: grande poder de disseminação, pessoas em casa, restrição ao uso de transporte público e risco extra para os profissionais de saúde, mais expostos. A diferença é que, para os cientistas, o vilão seria um vírus influenza capaz de causar uma supergripe.

Por conta dessa participação nos bastidores e em decisões de saúde pública, incluindo a elaboração de planos de defesa sanitários até mesmo contra bioterrorismo, Borio se tornou figura recorrente em artigos e reportagens na mídia americana, no início da pandemia, em um tom muitas vezes crítico a Trump.

Em parceria com a epidemiologista Jennifer Nuzzo, da Universidade Johns Hopkins, Borio escreveu no site Politico, em abril, sobre quais seriam as medidas necessárias para "construir um novo normal". Além do uso de máscaras, do estímulo ao teletrabalho, da restrição aos eventos públicos, seria importante uma política de rastreamento daqueles que tiveram contato com infectados.

As cientistas propuseram a implementação de um call center para ajudar os cidadãos. "Embora aplicativos e ferramentas digitais possam ajudar, as pessoas precisam falar com algum profissional de saúde pública treinado para dar orientações sobre quão próxima e duradoura uma interação com alguém deve ser para que ela seja considerada um 'contato', e quão longe no tempo elas têm que voltar para rastreá-los, e quanto tempo precisam ficar em isolamento."

"Precisamos de liderança federal para garantir as salvaguardas de privacidade, e não vejo isso acontecendo", disse Borio sobre o mesmo tema ao jornal The New York Times.

Sobre vacinas, Borio costuma ser cautelosa. "Sempre há questões que emergem, que não são consideradas, porque são difíceis de prever", disse no fim de outubro à rede de televisão CNBC. No Politico, escreveu: "Uma solução definitiva requer uma grande disponibilidade de uma ou vacinas seguras e eficazes, mas elas não virão tão rápido. [...] Mesmo que funcione, será necessário uma manufatura de larga escala e bastante tempo até que ela seja disponibilizada para todos."

Entre os debates atuais na FDA, agência americana responsável pela regulação de alimentos e medicamentos (equivalente à brasileira Anvisa), estão alguns pontos: qual será fluxo para pedidos de autorização de comercialização de vacinas, como se darão os estudos de segurança após essa distribuição, e como o público poderá contribuir para essa discussão.

Luciana Borio nasceu no Rio de Janeiro, formou-se na Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington em 1996 e fez na sequência residência no Hospital Presbiteriano de Nova York.

Em 2008 ela começou sua trajetória na FDA, onde, além de cientista chefe, foi uma das responsáveis pela elaboração de planos contra doenças emergentes e bioterrorismo. Em 2017, teve início seu período como diretora de políticas médicas e de biodefesa do Conselho de Segurança Nacional, ligado à Casa Branca, função que exerceu até o começo de 2019.

Em meados de 2018, porém, Trump já havia reestruturado serviços de biodefesa com a meta de eliminar redundâncias. Segundo Borio, essas mudanças minaram a capacidade de resposta à pandemia, e a recuperação desse potencial pode levar de semanas a meses.
Atualmente Borio é vice-presidente da In-Q-Tel, uma empresa de investimento que acelera o desenvolvimento e lançamento de tecnologias para serem usadas pelo governo americano.

O comitê selecionado por Biden para tocar a resposta anticoronavírus, do qual Borio fará parte, terá três coordenadores: David Kessler, que comandou a FDA nos governos George H.W. Bush (1989-1993) e Bill Clinton (1993-2001), Vivek Murthy, que ocupou o cargo de cirurgião geral (uma espécie de "médico da nação", escolhido pelo presidente e ratificado pelo Senado) no governo Obama, e Marcella Nunez-Smith, especialista em saúde pública da Universidade Yale.

Maia diz que Moro é de extrema-direita, não de centro, como ex-juiz havia dito


Parlamentar afirmou que não apoiaria uma chapa com o ex-ministro à Presidência
Por DA REDAÇÃO
09/11/20 - 11h42
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Rodrigo Maia e Sergio Moro têm uma relação cordial

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil



O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, seria um candidato de extrema-direita, e não de centro, como ele havia se auto intitulado. Além disso, o parlamentar afirmou que não apoiaria uma chapa com Moro à Presidência em 2022.

"Não posso apoiar uma chapa integrada por alguém de extrema-direita", afirmou Maia se referindo a Moro.

O apresentador da TV Globo Luciano Huck se reuniu com o ex-ministro de Bolsonaro nos últimos dias para iniciar conversas sobre uma possível aliança. "Foi só uma conversa. Eu já conhecia o Luciano faz um tempo. Nós nos encontramos e conversamos apenas sobre o Brasil, o cenário, mas não existe nada pré-determinado", disse Moro ao jornal O Globo.

Também na entrevista, o jurista disse que nomes como João Doria (PSDB), governador de São Paulo, Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde, João Amoêdo (Novo), e Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente da República, também podem ser, em sua opinião, "bons candidatos de centro".

'O dinheiro é deles', diz Kalil sobre doações de patrocinadores do Galo


O presidente do banco BMG, Ricardo Guimarães, doou R$ 600 mil para três candidatos, e Rafael Menin doou R$ 500 mil para João Vítor Xavier


O atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Alexandre Kalil |
Foto: Amira Hissa/PBH
Por PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO
09/11/20 - 14h39


O atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Alexandre Kalil (PSD), disse nesta segunda-feira (9) que considera “muito republicanas” as doações realizadas por empresários que patrocinam o Atlético para adversários dele na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Dois empresários se destacam por doações realizadas nessas circunstâncias. Ricardo Guimarães, presidente do banco BMG, doou R$ 600 mil no total para três candidatos: R$ 300 mil para Bruno Engler (PRTB); R$ 200 mil para Marcelo Souza e Silva (Patriota); e R$ 100 mil para Lafayette Andrada (Republicanos).

Já Rafael Menin, filho de um dos fundadores da construtora MRV, o empresário Rubens Menin, doou R$ 500 mil diretamente para o candidato João Vítor Xavier (Cidadania). Outros R$ 270 mil foram doados para o diretório municipal do Cidadania em Belo Horizonte.


O sistema do Tribunal Superior Eleitoral não estabelece nenhuma relação entre a doação de Menin ao Cidadania em Belo Horizonte e o repasse de R$ 64 mil do diretório para a campanha de João Vítor Xavier em adesivos e colinhas de campanha.

Questionado sobre as doações, Kalil disse que as considera muito republicanas.

“Ninguém deu dinheiro público, ninguém deu dinheiro roubado. O dinheiro é deles. Eles dão para quem quiser. Eu entendo isso com muita tranquilidade. O que é certo, o que é justo, o que é lícito, nós não temos porque discutir”, disse.

O atual prefeito recebeu doações de apenas três fontes: o próprio partido, PSD, que lhe doou R$ 4,8 milhões; o diretório estadual do PP, que realizou uma doação de R$ 40 mil; e de Fabrício Patrocínio dos Santos, cuja doação foi de R$ 2.660.